V.A.S., 27 anos, G3P2(2PC – 1 óbito fetal por DHEG grave), 23 semanas e 4 dias, parda, solteira, lavradora, encaminhada ao Serviço de Medicina Fetal da Caliper, por apresentar ao exame morfológico do 2º trimestre “sinal do limão” e “sinal da banana”.
Ao exame ultrassonográfico realizado neste serviço, observou-se feto único, vivo, longitudinal, pélvico, apresentando ventriculomegalia leve unilateral, herniação de cerebelo para o forame magno e obliteração da cisterna magna (Chiari II) associada a disrafismo espinhal lombossacro, com nível superior da lesão em L5 e função motora de membros inferiores preservada até S2/S3. Realizada amniocentese para pesquisa de cariótipo fetal e encaminhada para cirurgia fetal.
Paciente submetida à correção de raquisquise por mini histerotomia em serviço de referência, no estado de São Paulo, com 25 semanas e 4 dias, sem intercorrências.
Reavaliada neste serviço, com 29 semanas e 5 dias, apresentando regressão do Chiari II, correção completa da lesão, boa cicatrização materna, e função motora permanecendo preservada até S2/S3. Checado cariótipo fetal normal (46, XY).
O diagnóstico e intervenção precoces, ainda em vida intrauterina, modifica a história natural da doença, em comparação com a correção cirúrgica pós natal, impactando positivamente no desenvolvimento motor da criança.
Caso em que a Medicina Fetal modificou o prognóstico e vida do paciente.