‘- Qual sua especialidade?
Sou especialista em Medicina Fetal que cuida do bebê ainda dentro do útero.
– O que é possível detectar no feto com relação a doenças?
É possível detectar uma série de doenças fetais ainda durante o pré-natal com o auxílio do ultrassom que é a nossa principal ferramenta e em alguns casos complementada com exames de laboratório ou Ressonância fetal. Atualmente utilizamos dois exames específicos, o morfológico do primeiro trimestre e do segundo trimestre.
– Qual a diferença entre os dois?
No exame do primeiro trimestre (entre 11 e 14 semanas), iremos detectar malformações maiores como defeitos graves do sistema nervoso central como anencefalia e holoprosencefalia, grandes fendas palatinas ou até defeitos na parede abdominal do feto. Além dessa análise detalhada, investigamos sinais de alterações genéticas que não são consideradas malformações e sim marcadores, como o acúmulo de líquido na nuca (translucência nucal), osso nasal ou ducto venoso, entre outros. Esse exame deve ser associado ao teste bioquímico com dosagem em laboratório do sangue materno do PAPP-A e do beta-hCG. Com essa abordagem conseguimos detectar até 96% dos bebês que nascem com síndrome de Down.
Já no segundo trimestre (entre 20 e 24 semanas), iremos detectar malformações menores que não foram passíveis de visualização no primeiro trimestre, como pequenos defeitos de lábio leporino, defeitos cardíacos ou renais, mãos ou pés. Esse exame deve ser complementado ainda com o ecocardiograma fetal (entre 24 e 28 semanas) que detecta defeitos cardíacos que podem passar despercebidos ao exame morfológico convencional.
Com o exame de 4D, é possível visualizar a fisionomia fetal e ainda flagrar momentos interessantes como na foto abaixo:
Prof. Dr. Manoel Sarno
Professor Adjunto de Obstetrícia da UFBA
Professor da Caliper Escola de Imagem
Médico Ultrassonografista do Hospital Geral Roberto Santos – Secretaria de Saúde da Bahia