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Saiba como é feito o diagnóstico de Câncer de Mama

Todo câncer é caracterizado por um crescimento rápido e desordenado de células e o câncer de mama é um tumor maligno que se desenvolve nos seios. Quando as células adquirem características anormais, células dos lobos mamários, células produtoras de leite ou dos ductos por onde é drenado o leite, podem causar uma ou mais mutações no material genético da célula. Esta doença acontece quase exclusivamente em mulheres, porém existem casos de homens com câncer de mama também. O diagnóstico pode ser feito através de Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF) ou biópsia de lesões suspeitas.

Dr. Rafael Leiróz, especialista em diagnóstico por imagem, ginecologista e obstetra, explica que as punções e biópsias devem ser indicadas sempre que houver suspeita de câncer de mama, considerando a história da paciente, avaliação clínica e os métodos de imagem empregados. Nódulos antigos ou com baixa suspeição para câncer, por exemplo, podem ser reconhecidos com segurança através de exames como ultrassonografia, mamografia e ressonância magnética da mama. O especialista esclarece que, se forem notadas modificações das características morfológicas ou crescimento desproporcional de uma lesão, deve-se indicar a realização de PAAF ou biópsia.

A punção resulta na extração de células de um nódulo ou massa, que são dispostas em uma lâmina de microscópio e analisadas por um citopatologista, que observa as características que podem sugerir tratar-se de células malignas. “Uma vez confirmado o aspecto atípico, deve ser realizada biópsia por agulha grossa, mamotomia, incisional ou excisional da lesão em questão”, explica. Dependendo do aspecto do nódulo ou massa observado na mamografia ou ultrassonografia, o mastologista pode solicitar uma biópsia diretamente, sem precisar passar pela PAAF.

O procedimento da biópsia por agulha grossa (ou core-biópsia) é realizado em ambiente ambulatorial, sob anestesia local, e é guiada por ultrassonografia ou radiografia. “Esses métodos resultam em fragmentos de tecido para avaliação histopatológica, na qual o patologista consegue definir o grau de invasão e tipo de tumor, e ainda, permite o estudo imuno-histoquímico, que pode apontar o benefício do tratamento hormonal para a paciente portadora do câncer de mama”, descreve Dr. Leiróz. As biópsias incisionais e excisionais ocorrem em ambiente hospitalar e, dado alto grau de suspeição de doença maligna, seguem estudo histopatológico por congelação e ao procedimento cirúrgico mais adequado do ponto de vista oncológico.

Os métodos de imagem utilizados na avaliação mamária têm como função localizar, medir, estudar características e classificar lesões conforme risco de doença maligna. O ginecologista e obstetra afirma que toda biópsia é um procedimento invasivo devido às suas complicações. Assim sendo, “pode-se minimizar o número de punções e biópsias desnecessárias e, indiretamente, de suas complicações, como sangramento, infecção local, dor e inchaço que, apesar de não serem tão frequentes, devem ser considerados pelo clínico antes de solicitar um procedimento dessa natureza”, esclarece.

Dr. Leiróz explica que, antes da realização da biópsia, algumas precauções devem ser tomadas, como por exemplo, as pacientes que utilizam medicamentos ou possuem distúrbios que podem prejudicar a coagulação devem relatar estas condições no momento da marcação do procedimento, para receberem as orientações adequadas. “É sugerido também que no dia do atendimento a paciente compareça acompanhada, o que não é obrigatório em casos de punção, até por ser menos invasiva”, completa o especialista.

Os cuidados necessários no pós-procedimento se dão através da limpeza local, com água e sabão, que pode ser feita durante o banho. A paciente submetida a punção ou biópsia em regime ambulatorial deve manter a região sempre limpa e seca, para evitar infecção, e pode usar gelo no local por 20-30 minutos, 3 ou 4 vezes ao dia, tendo em vista prevenir o inchaço e controlar a dor. Os analgésicos podem ser necessários, conforme prescrição médica. “É comum que a região da punção fique arroxeada, inchada e dolorosa, mas esse aspecto regride normalmente, desde que não haja infecção ou sangramento mantido. Em caso de febre ou sangramento, a paciente deve procurar serviço de emergência para avaliação médica”, salienta Dr. Rafael Leiróz.