Canal do Paciente: (71) 99245-2399 | Canal do Aluno: (71) 3014-6040

Saiba o que é MUSA e como ele é importante na ultrassonografia

A sigla MUSA (Morphological Uterus Sonographic Assessment), em português, significa “Avaliação Sonográfica Morfológica do Útero” e refere-se a uma iniciativa de múltiplos centros de referência internacionais visando estabelecer um consenso para a terminologia utilizada nos laudos ultrassonográficos da região pélvica, mais especificamente do útero. Ele classifica os miomas e outras patologias do miométrio (parte muscular do útero) quanto a sua localização, aspecto, tamanho e vascularização de forma mais objetiva.

Segundo o especialista em Ginecologia e Obstetrícia e diretor da Caliper Clínica e Escola de Imagem, Dr. Manoel Sarno, MUSA é uma forma de padronizar a descrição dos miomas e das alterações uterinas em geral. “É muito importante, pois colabora com a redução da variação nas descrições dos exames ultrassonográficos. A ultrassonografia é um exame que depende muito de quem faz, mais até do que do aparelho de ultrassom. Então, baseado nesta padronização, o médico ginecologista vai se comunicar com mais facilidade com a paciente e dar um diagnóstico mais detalhado e objetivo”, explica o diretor.

A heterogeneidade observada nos laudos de ultrassonografias pélvicas, seja por via abdominal ou transvaginal, dificulta o trabalho do médico-assistente e pode prejudicar o resultado terapêutico para a paciente. De acordo com o especialista em Ultrassonografia em Ginecologia e Obstetrícia, Dr. Rafael Leiróz, o objetivo do MUSA é tornar a linguagem universal, de modo que o ginecologista receba as informações importantes de maneira clara. “Isso pode, efetivamente, ajudar na tomada de decisões clínicas e orientar condutas cirúrgicas”, esclarece.

Dr. Leiróz, que também é Coordenador Acadêmico na Caliper, afirma que o MUSA trouxe avanços para ultrassonografia pélvica e ginecológica. Além de definir a terminologia, tem por objetivo definir as informações necessárias que um laudo ultrassonográfico deve contemplar para a condução de cada caso. “Dessa forma, tendo que responder todas essas perguntas na confecção de seu relatório, o ultrassonografista precisa dar mais atenção a alguns dados do exame que antes poderiam passar despercebidos, que podem ajudar o clínico e a própria paciente”, destaca.

Atualmente, as pesquisas estão tentando padronizar os critérios de diagnóstico e a descrição das lesões pela ultrassonografia, já que o exame de ultrassonografia depende muito da formação do médico que o realiza. Dr. Sarno explica que, muitas vezes, o paciente pode fazer uma ultrassonografia de qualidade com um profissional em um determinado equipamento, e na mesma clínica, com o mesmo equipamento, ter um exame de qualidade inferior com outro profissional. Com a utilização de estudos como o MUSA, isso deverá diminuir a variabilidade e a heterogeneidade na interpretação do diagnóstico e nas indicações de tratamento.

Através do MUSA, a conversa entre o ultrassonografista e o clínico, que ocorre através do laudo, deve ser o mais eficiente possível – e é este o objetivo do grupo que conduz as pesquisas. “Sabemos que a ultrassonografia pélvica é o principal exame de imagem em Ginecologia. Entretanto são poucos os serviços que adotam essa terminologia, até mesmo por falta de disseminação eficiente da padronização defendida neste estudo, que foi publicada há cerca de dois anos”, pontua Dr. Rafael Leiróz.

Segundo o Coordenador Acadêmico da Caliper, as universidades, sociedades de especialidades e escolas de imagem têm papel fundamental no sucesso dessa iniciativa. “Isso deve refletir, inclusive, no vocabulário utilizado em trabalhos científicos da área de Imagem Médica e Ginecologia, de modo a aproximar ainda mais e promover a interação destes especialistas em prol de uma melhor atenção às doenças do útero e à saúde da mulher”, finaliza.