ULTRASSONOGRAFIA MORFOLÓGICA DO PRIMEIRO TRIMESTRE
Período de realização: entre 11 e 14 semanas de gravidez.
Objetivos:
– Confirmação da vitalidade fetal;
– Datação da gravidez;
– Diagnóstico de gestações gemelares e determinação da sua corionicidade (número de placentas);
– Diagnóstico precoce das malformações fetais graves;
– Determinação do risco de doenças cromossômicas, como a síndrome de Down.
O que se observa na ultrassonografia morfológica do primeiro trimestre:
– Cabeça fetal:
Osso nasal: Fetos com síndrome de Down em 60 a 70% dos casos apresentam-se sem visualização do osso nasal entre 11 e 14 semanas.
Translucência nucal (TN): Corresponde ao acúmulo de líquido na nuca do feto. Sua medida entre 11 e 14 semanas de gestação (feto medindo entre 4,5 cm e 8,4 cm da cabeça até a nádega) associada à idade materna oferece um método eficaz de rastreamento da síndrome de Down, outras cromossomopatias, malformações cardíacas, displasias esqueléticas e síndromes genéticas.
– Tórax e coração fetais;
– Abdome fetal;
– Braços, mãos, pernas e pés
Perguntas frequentes:
1) Um exame morfológico de primeiro trimestre normal afasta completamente a possibilidade do bebê ter síndrome de Down?
Resposta: Não. O único exame que exclui com 100% de certeza a possibilidade do bebê ter síndrome de Down é o cariótipo fetal, exame realizado, nesta fase, através de método invasivo (biópsia) que, pelo risco do procedimento, não se justifica sua realização com um exame morfológico normal.
2) Dá pra ver o sexo do bebê no exame morfológico de primeiro trimestre?
Resposta: A partir de 12 semanas, caso o neném esteja em posição favorável, é possível observar o apêndice sexual que pode fornecer uma “pista” do sexo do bebê com uma sensibilidade de 85%. A partir de 16 semanas, pode-se observar o sexo do neném com uma confiança de cerca de 97%.
3) Qual é a confiança que temos em um exame morfológico do primeiro trimestre normal?
Resposta: A sensibilidade da translucência nucal e do osso nasal na detecção da síndrome de Down é de cerca de 85%, quando associados à idade materna e avaliados entre 11 e 14 semanas gestacionais.
4) Por que o exame morfológico de primeiro trimestre não pode ser realizado antes de 11 semanas ou depois de 14 semanas?
Resposta: Bebês menores de 11 semanas podem ter um acúmulo maior de líquido na nuca, sem, necessariamente, terem algum problema de saúde, assim como bebês maiores que 14 semanas podem ter um acúmulo normal de líquido na nuca e terem algum problema. Além disso, não há estudos que determinem valores de normalidade para a medida da translucência nucal em bebês fora desta fase e o programa utilizado para o cálculo numérico do risco do bebê ter cromossomopatia, só consegue ser realizado com o feto medindo da cabeça até a nádega entre 4,5 cm e 8,4 cm, medida encontrada exatamente entre 11 e 14 semanas.
ULTRASSONOGRAFIA MORFOLÓGICA DO SEGUNDO TRIMESTRE
Período ideal de realização: De 20 a 24 semanas de gravidez.
Objetivo: A ultrassonografia morfológica do segundo trimestre é a principal ferramenta diagnóstica na detecção pré-natal de anomalias congênitas. Ela permite o exame da anatomia fetal interna e externa, não só de grandes defeitos, mas também de marcadores menores de anomalias cromossômicas, como a síndrome de Down, e síndromes genéticas.
Perguntas frequentes:
1) Um exame morfológico de segundo trimestre normal afasta completamente a possibilidade do bebê ter síndrome de Down?
Resposta: Não. O único exame que exclui com 100% de certeza a possibilidade do bebê ter síndrome de Down é o cariótipo fetal, exame realizado neste período através de método invasivo (coleta de líquido amniótico) que, pelo risco do procedimento, não se justifica sua realização em pacientes com um exame morfológico normal e baixo risco para cromossomopatias.
2) Dá pra ver o sexo do bebê no exame morfológico de segundo trimestre
Resposta: Sim. A partir de 16 semanas, pode-se observar sexo do neném com uma confiança de cerca de 97%.
3) Qual é a confiança que temos em um exame morfológico do segundo trimestre normal?
Resposta: A sensibilidade da ultrassonografia morfológica na detecção de malformações fetais é de 85%, quando realizada entre 20 e 24 semanas gestacionais.
4) Por que o exame morfológico do segundo trimestre deve ser preferencialmente realizado entre 20 e 24 semanas de gestação?
Resposta: Em bebês mais novos pode haver dificuldade na visualização de estruturas menores e sinais mais sutis de malformações. Em gestações mais avançadas (maiores que 24 semanas) pode haver dificuldade na visualização, principalmente, dos braços, mãos, pernas, pés e coluna, devido a menor quantidade de líquido. Essa dificuldade também ocorre quando há pouco ou nenhum líquido amniótico, condições conhecidas como oligodrâmnia e adrâmnia, decorrente de rompimento da bolsa das águas ou da não produção de líquido amniótico devido a problemas nos órgãos do aparelho urinário do feto (rins, ureteres, bexiga e uretra).
Dra. Larissa Quintela